Capra traz uma integração do pensamento e do contexto do desenvolvimento, na busca da equação da vida e do progresso equilibrado e sustentado.
A evolução do pensamento humano por Descartes, onde pensa unicamente de forma mecanicista, o modelo cartesiano, onde dividimos o todo em partes, para estudar e entender cada uma, procurando compreender o todo.
Devemos entender e abrir nosso horizonte, para modelos sistémicos, escapando do conforto dos processos, onde temos o controle, mas muitas vezes não a compreensão, um obstáculo para este pensamento é a clara e objetiva descoberta da interdependência, que mesmo sem o controle por parte de nossas ações, que nosso planeta flui em um processo vivo, se adaptando, transcendendo, progredindo, transgredindo padrões, evoluindo.
Esse pensamento nos possibilita entender o princípio, os porquês e o caminho possível para esta evolução, conseguindo uma margem entre o pensamento clássico cartesiano e o sistémico totalmente integrativo, com objetivo das sociedades modernas, que buscam o desenvolvimento sustentável, a busca do equilíbrio, René Descartes é considerado o fundador da filosofia moderna, ” Toda ciência é conhecimento certo e evidente “.
O austriaco Fritjof Capra um dos nomes mais importantes da ciência moderana, analisa os organismos sob a visão de sistemas, começou a comparar os organismos a máquinas, assim como Descartes e Newton que comparavam o corpo de animais e o mundo a um relógio.
A primeira diferença é que as máquinas são construídas e os organismos crescem, não são necessáriamente idênticos, além disso os sistemas naturais são dinâmicos, por isso não podem ser estudados isoladamente, mas sim suas interações entre organismos.
O melhor modelo de máquina que se aproxima de um organismo, são as cibernéticas.
Após o surgimento da física quantica, o mecanicismo revelou uma maneira imprecisa de se ver o universo, onde abandona a ideia de causa e efeito e adota o caráter probabilístico, ela se opõe a ideia de que para entender o todo é preciso fragmentar.
Segundo Capra ” Um organismo vivo é um sistema auto-organizador “, os principais fenómenos são a renovação, capacidade de renovar e reciclar, habilidade de aprendizagem, desenvolvimento e evolução.
Uma das características dos organismo é o de adaptação, o modelo de organização proposta por Capra é o de uma árvore que estrai seu alimento tanto das raízes como das folhas, esse energia flui em ambas as direções, sem que uma estremidade domine a outra, todos os níveis interagem em harmonia para sustentar o funcionamento do todo.
A teoria de Gaia, a Terra seria um organismo vivo com todas as suas devidas características e Deus seria a sua mente, que promove a organização dos organismos.
Um aspecto que confirma está teoria é que um organismo não pode pensar unicamente na sua sobrevivência, por negligenciar este aspecto sofremos com as consequências de não dar a devida importância a natureza.
Segundo a Teoria Clássica, a evolução caminha as encontro do equilíbrio e da adaptação ao meio, o cérebro humano é um sistema complexo que possui subsistemas, onde cada um comanda um lado oposto do corpo e estão ligados aos neurónios, músculos e ossos, o cérebro está em constante auto renovação, e quanto mais usamos mais informação poder obter.
A espécie humana desenvolveu um pensamento coletivo e uma cultura muito forte, assim as características biológicas e culturais não podem ser separadas.
Para Capra esse é o momento de transição dos paradigmas, cientifico e pedagógico onde a visão deveria ser integrada, pois passamos anos aprendendo a fragmentos, que não temos capacidade de reunir, analisar e chegar a conclusões desse conceitos.
O Ponto de Mutação – Fritjof Capra – Editora Bantan – 1983
